Leilões de imóveis: como arrematar sem risco e ainda lucrar

Leilões de imóveis: como arrematar sem risco e ainda lucrar

Imóvel arrematado em leilão: oportunidade que pode render lucro, desde que os custos e riscos sejam bem calculados. Foto: Divulgação

Descontos tentadores, disputa acirrada e adrenalina a cada lance. Os leilões de imóveis atraem investidores em busca de lucro, mas especialistas alertam: sem preparação, o que parece oportunidade pode virar prejuízo.

“Leilão não é sorte, é cálculo”, resume Paulo Lopes de Castro, consultor imobiliário da VDP Imóveis. Segundo ele, a diferença entre lucro e dor de cabeça está no Custo Total de Aquisição (CTA). “O iniciante olha só para o desconto. Mas além do lance, existem comissões, impostos, dívidas de condomínio e até a desocupação judicial, que pode durar mais de um ano. Se esses custos não entram na conta, o barato sai caro.”

Defina seu limite

Antes do pregão, é fundamental calcular o Valor Máximo de Lance (VML) o teto que o comprador pode pagar sem comprometer a margem de lucro. A conta é simples:

VML = Valor de Mercado – CTA – Margem de Lucro Esperada

“Esse cálculo é a barreira contra o impulso. Muitos se empolgam para ‘ganhar o leilão’ e acabam pagando mais do que deveriam”, explica Paulo.

Atenção às dívidas

O leiloeiro oficial Dr. Hélcio Kronberg alerta que, em leilões judiciais, dívidas de IPTU anteriores geralmente são extintas com a venda, mas há exceções. “O mais delicado é a dívida de condomínio. Se o edital mencionar débitos pendentes, o arrematante pode ser cobrado. Por isso, é essencial incluir esses valores no CTA.”

O leiloeiro oficial Dr. Hélcio Kronberg reforça: atenção redobrada às dívidas, especialmente as de condomínio, que podem recair sobre o arrematante. Foto: Divulgação / Kron Leilões

Fique atento à matrícula do imóvel

Outro ponto crucial é a matrícula do imóvel. “Ela mostra a titularidade atual, penhoras, hipotecas e restrições. Constrições não impedem a venda judicial o bem vai a leilão justamente para pagar os credores. Mas o comprador precisa saber o que está levando.” A desocupação também exige atenção. “Retirar um ex-mutuário é diferente de lidar com invasores. Tempo e custo da ação judicial mudam bastante”, completa Kronberg.

+ Leilão Judicial x Extrajudicial: o que você precisa saber antes de comprar

Planejamento faz a diferença

O consultor Paulo de Castro recomenda disciplina durante o leilão:

  • Fixar o VML e nunca ultrapassá-lo.
  • Lembrar que perder um imóvel acima do valor certo evita prejuízo.
  • Simular o pior cenário, para reforçar a importância de respeitar limites.
  • Contar com apoio profissional para manter a racionalidade.

“Desconto bom não é o maior, é o mais seguro. Um imóvel com 25% abaixo do mercado, já vago e sem problemas jurídicos, pode ser mais lucrativo do que outro com 40% de desconto cheio de riscos”, afirma.

Para o consultor Paulo de Castro, leilão é estratégia: cálculo, disciplina e planejamento são as chaves para transformar desconto em lucro seguro. Foto: Divulgação / VPD Imóveis

Consultoria é investimento

Tanto consultor quanto leiloeiro concordam: entrar sozinho é arriscado. Um advogado especialista analisa processos, edital e custos ocultos, evitando problemas que podem gerar prejuízos de dezenas de milhares de reais.

No fim, leilão não é loteria. É planejamento, cálculo e disciplina. Quem se prepara transforma desconto em lucro real. Quem se deixa levar pelo impulso, corre o risco de se arrepender.

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