Gente que move: Meu ônibus, minha vida! Uma história de sonhos e realizações

Meu ônibus, minha vida! Uma história de sonhos e realizações

De auxiliar de limpeza à direção, a trajetória de Ivonete das Graças da Silva no transporte de passageiros

Por Daniele Blaskievicz

Ivonete das Graças da Silva, 43 anos, é o tipo de pessoa que conhece cada detalhe de um ônibus: como veículo, como parceiro de trabalho, como fonte de renda e como parte de sua história.

Os veículos grandes, para o transporte coletivo, fazem parte da rotina de Ivonete desde que ela entrou na Viação Colombo, em 1997, e sua função era cuidar da higienização. Naquela época, ainda com 20 anos, seu sonho era trocar os acessórios de limpeza pelo volante. “Eu limpava os ônibus e ficava imaginando o dia em que estaria dirigindo um deles”, relembra.

Aos poucos, o sonho foi ganhando sons e cores de verdade. Ivonete se tornou cobradora e, durante 13 anos, ajudou a transportar os moradores de Colombo para Curitiba. Tempo de muito aprendizado, segundo ela. A vontade, no entanto, era estar na boleia.

Ivonete lembra que repetia os gestos dos colegas motoristas na tentativa de aprender a tão sonhada profissão. Treinamento – prático e mental – não lhe faltavam. Já tinha conseguido a carteira tipo D – que habilita o motorista profissional para realizar o transporte de passageiros.

No entanto, quando recebeu o convite da empresa, pensou duas vezes antes de encarar o novo desafio. Com apenas 1m48 de estatura, sua preocupação era se conseguiria se adaptar à estrutura do ônibus. “Como sou muito baixinha, achava que eu teria dificuldades para conduzir o veículo. Hoje eu vejo quanto tempo perdi”, diverte-se a motorista, que já está há mais de uma década na função de levar e trazer as pessoas para suas atribuições diárias. “Eu amo demais o que eu faço”, enfatiza.

Como motorista, Ivonete começou no transporte escolar especial, conduzindo alunos entre a casa e a escola. Hoje ela faz as linhas Jardim Osasco – entre o bairro em Colombo até o Terminal Guadalupe, em Curitiba – e Guarujá-Roça Grande (dentro do município).

E o marido, Gelson Antônio da Silva, foi um dos seus maiores incentivadores. Hoje os dois são colegas de trabalho, já que ele também é motorista na Viação Colombo.

Ivonete e Gerson

A rotina do casal começa cedo. Às 4h40 os dois já estão a caminho do trabalho. “Uma das vantagens de trabalharmos juntos é que temos bastante assunto em comum”, destaca Ivonete, que foi uma das primeiras mulheres motorista na empresa. “Eu vejo que os passageiros são muito receptivos. Costumo receber muitos elogios e fico orgulhosa disso”, comenta.

>>> Conheça outras histórias do Gente que Move.

Conte sua história!

Você também tem uma história legal envolvendo o transporte público da região metropolitana de Curitiba? Conheceu o amor da sua vida? Ajudou alguém que precisava muito? Usou o ônibus para estudar, ir ao trabalho e mudar de vida? Encontrou conforto, amizade e construiu uma história inesquecível com alguém? Conte pra gente, que o seu “causo” pode virar uma reportagem.

Envie sua história e seu contato de telefone para o email cacadores@tribunadoparaná.com.br ou pelo whats (41) 9 9683-9504 sinalizando a mensagem com a #gentequemove.