Por Daniele Blaskievicz
Muito antes dos aplicativos de paquera e namoro virtual fazerem sucesso, um dos caminhos para se chegar a um “crush” era a partir das cartas e dos bilhetes de amor. E foi a esse recurso que a vendedora autônoma Solange recorreu para chegar ao coração de seu grande amor.
Era início da década de 1980. Nem os costumes tradicionais e pouco avançados da época intimidaram a moça. Com apenas 16 anos, ela se encantou pelo cobrador da linha de ônibus da qual era passageira assídua.
Foram muitos recadinhos escritos e enviados para Waldecir dos Santos Bonfim, na época com 18 anos. Durante quase dois meses, quem fazia a função de mensageiro era o motorista do ônibus em que ele trabalhava diariamente. “Mandei muitos bilhetes, mas ele me ignorava”, relembra a vendedora.
A insistência e a perseverança deram frutos. Do primeiro encontro até o casal decidir dividir o mesmo teto foram apenas 15 dias. E pouco tempo depois Solange passou a assinar o sobrenome do amado, com quem construiu sua história de vida.
Waldecir, que trabalha há 38 anos na Viação Colombo, conta que sua resistência tinha um bom motivo. “O meu irmão mais velho era apaixonado por ela”, justifica, referindo-se ao irmão já falecido e que também trabalhava na empresa. Além disso, uma das suas preocupações era o trabalho, pois tinha acabado de assumir a função e aquele era seu segundo emprego.
Para ele, a ousadia de Solange valeu a pena. Enfrentaram juntos inúmeras adversidades e foram descobrindo a felicidade nas pequenas conquistas. E foi assim que, cinco anos depois, ele ganhou uma nova função e mais responsabilidades no trabalho: tornou-se um dos motoristas da Viação Colombo, função que desempenha até hoje.
“Eu entrei na empresa quando eram apenas cinco ou seis veículos. Hoje são mais de cem”, destaca. Vieram os filhos, netos e o motorista garante que, apesar das dificuldades do começo da história, faria tudo de novo. “Construímos tudo juntos e hoje temos uma vida boa e confortável”, garante o eterno apaixonado.
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