Criado em 1999 pela Gazeta do Povo, o Ler e Pensar nasceu com um propósito ousado: incentivar a leitura crítica, a interpretação de textos e o pensamento reflexivo entre estudantes da rede pública. O projeto surgiu ainda antes da fundação do Instituto GRPCOM, que mais tarde se tornou responsável por sua expansão e consolidação.
Desde então, o programa se transformou em um dos maiores movimentos de formação de leitores e professores do país, beneficiando educadores e estudantes em mais de mil cidades brasileiras. Em mais de duas décadas de atuação, o Ler e Pensar tornou-se sinônimo de inovação pedagógica e compromisso social, construindo pontes entre escola, mídia e comunidade.
Da leitura ao pensamento crítico
A essência do Ler e Pensar está em usar o jornal como instrumento pedagógico. A proposta parte da ideia de que o contato com a imprensa amplia o repertório, estimula o diálogo e aproxima os alunos da realidade social e cultural que os cerca. Por meio do conteúdo jornalístico, os professores desenvolvem atividades que incentivam a análise crítica, o debate e a formação de opinião, preparando os estudantes para atuarem como cidadãos conscientes.
O projeto oferece gratuitamente a educadores o acesso ao jornal Gazeta do Povo, além de materiais pedagógicos alinhados à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), cursos a distância certificados pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) e espaços de formação continuada. Assim, teoria e prática se unem para fortalecer o papel do professor como mediador do conhecimento e formador de leitores críticos.
Educação e inovação reconhecidas
Ao longo dos anos, o Ler e Pensar ganhou reconhecimento público por sua contribuição à educação e ao desenvolvimento social. Em 2025, foi premiado com o 3º lugar na categoria Educação Criativa do Prêmio Curitiba Mais Criativa, um reconhecimento à capacidade do projeto de reinventar o ensino da leitura e integrar novas linguagens e tecnologias ao ambiente escolar.
Além dos prêmios, o impacto se reflete nas salas de aula: professores relatam maior engajamento dos alunos, melhora na interpretação de textos e fortalecimento da relação entre os conteúdos escolares e o cotidiano. Essa conexão entre o aprendizado formal e a realidade é um dos pilares que sustentam a longevidade do projeto.
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Olhar para o futuro
Com o tema “O Mundo em Palavras: Leitura, Interculturalidade e Formação de Cidadãos Globais”, o Ler e Pensar celebra 26 anos com o olhar voltado para os desafios contemporâneos da educação. A iniciativa aposta em temas como diversidade, cidadania digital e alfabetização midiática, buscando formar jovens capazes de compreender e interagir de forma crítica com o mundo em constante transformação.
A trajetória do projeto reafirma que o aprendizado vai muito além da leitura: é sobre compreender o contexto, respeitar a pluralidade e desenvolver o pensamento autônomo. Assim, o Ler e Pensar segue firme em sua missão de inspirar educadores e transformar realidades por meio do conhecimento.
Desafios e expansão do projeto
Fabiane Picheth, Gestora do Projeto Ler e Pensar e Professora Universitária, destacou que um dos principais desafios vividos pelo Ler e Pensar foi a digitalização da Gazeta do Povo em 2017. Até então, o projeto e todas as suas propostas contavam com o jornal impresso nas escolas. Com a digitalização, foi necessário apoiar a formação digital dos participantes, desenvolvendo novas práticas e ações que utilizassem o conteúdo digital do jornal de forma ampla.
Fabiane Picheth ressaltou que essa mudança também permitiu a expansão do projeto para todo o Brasil, abrangendo diversidade cultural e escolar. Hoje, o Ler e Pensar atua em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, em mais de 1.200 municípios, com mais de 7 mil participantes, transformando desafios em fortalezas em prol da educação pública de qualidade.
Definição de temas anuais
Fabiane Picheth explicou que os temas do projeto são definidos a partir de um trabalho de escuta ativa com os participantes. Por meio de pesquisas de satisfação, sugestões são coletadas e analisadas pela equipe de especialistas, que propõe três a quatro blocos de temas. Em seguida, os participantes votam de forma colaborativa e transparente, escolhendo o grande tema do ano.
Em 2025, o tema escolhido é “O Mundo em Palavras: Leitura, Interculturalidade e Formação de Cidadãos Globais”, que orienta todas as ações e materiais do projeto. Segundo Fabiane, o foco está no resgate da leitura deleite, na fluência leitora e no potencial dos diferentes gêneros textuais para formar leitores críticos.
Para alcançar professores em diferentes regiões do país, Fabiane Picheth destacou que o projeto investe fortemente na comunicação com os participantes, usando redes sociais, e-mail e aplicativos de mensagem. Além disso, o Ler e Pensar oferece espaços formativos digitais, como a Comunidade Conecta LeP, que reúne conteúdos interativos, e-books, vídeos, projetos e dicas pedagógicas, promovendo a inclusão digital e disseminando materiais para educadores de todo o país.
A gestora ressaltou também a Plataforma EaD, que oferece cursos online com certificação, e a Coluna do Ler e Pensar na Gazeta do Povo, que divulga e reconhece práticas pedagógicas significativas.
Medindo o impacto
Fabiane Picheth explicou que o impacto do Ler e Pensar é avaliado tanto de forma quantitativa quanto qualitativa. O acompanhamento de materiais, recursos e cursos permite mapeamentos de acessos, enquanto ações de premiação e reconhecimento incentivam os participantes a apresentar evidências da utilização dos materiais, resultados em sala de aula e melhorias na aprendizagem dos estudantes. Dessa forma, é possível analisar a transformação promovida pelo projeto em docentes e alunos.
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