Por Danielle Blaskievicz, especial para a Tribuna do Paraná
Entre as 25 carreiras destacadas na lista Empregos em alta em 2023 do LinkedIn, a área de Tecnologia da Informação (TI) é predominante. Mais da metade das funções estão ligadas, direta ou indiretamente, com o setor. Algumas são profissões já bastante conhecidas no mercado, como analista de desenvolvimento de sistemas e especialista em captação de vendas. Outras vêm ganhando espaço mais recentemente, como é o caso de funções como analista de privacidade, especialista em cibersegurança, engenheiro de dados, desenvolvedor de chatbot. A grande demanda, porém, não acompanha o número de trabalhadores disponíveis.
De acordo com estimativas da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais (BRASSCOM), o Brasil forma anualmente aproximadamente 53 mil pessoas em cursos de perfil tecnológico. O mercado, no entanto, precisaria de pelo menos 159 mil novos profissionais para preencher todas as vagas disponíveis.
Viu essa? A era das carreiras tecnológicas
O professor Deógenes Silva Junior, do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Faculdade Senac Curitiba – Portão, explica que a atividade profissional de TI no Brasil não é regulamentada, por isso não é necessário formação específica para quem quer atuar no setor. Além disso, é uma área que costuma receber profissionais de outros segmentos diferentes, como profissionais formados em outras áreas de exatas – caso das engenharias, matemática, etc. – até aqueles que não têm diploma universitário.
Deógenes afirma que as pessoas interessadas em entrar no mercado de tecnologia encontram muitas opções de formação, como cursos técnicos e de graduação, presenciais ou à distância. “Cursos intensivos de curta duração, como bootcamps e minicursos podem auxiliar uma pessoa a começar seu caminho de estudos de forma rápida e organizada, mas demandam que a pessoa já saiba com que subárea de tecnologia queira trabalhar, seja autodidata e tenha muita organização em seus estudos”, enfatiza.
Cursos tecnólogos podem ser uma opção mais rápida e acessível para quem quer ingressar na área de TI. “Eles são mais curtos, geram diploma de ensino superior e possuem o propósito de colocar profissionais diretamente no mercado de trabalho”, orienta.
NOVIDADES
Na atual lista do LinkedIn estão algumas carreiras que começaram a ganhar destaque após a vigência da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), como engenheiro de confiabilidade de sites, analista de privacidade e especialista em cibersegurança.
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Segundo Bernt Entschev, headhunter e fundador da De Bernt – empresa que faz o recrutamento de executivos e está no mercado há quase quatro décadas – não são apenas as profissões que trabalham com os dados pessoais que ganharam notoriedade. Ele diz que até mesmo os profissionais de Recursos Humanos precisaram se adaptar, uma vez que processo de seleção de candidatos foi bastante impactado pela nova legislação. “Antigamente, as pessoas faziam o currículo, enviavam às empresas e era feito o processo de seleção. Hoje, com a LGPD, os entrevistadores não podem fazer diversas perguntas. O candidato fala se quiser”, comenta o headhunter, referindo-se a questionamentos comuns há alguns anos, como estado civil, filhos, religião, entre outros.
MUDANÇAS
Ao mesmo tempo que a tecnologia é vista como um fantasma que chegou para acabar com muitos postos de trabalho, ela também vem impulsionando diversas novas funções. De acordo com o estudo Futuro do Trabalho 2023, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial com o apoio da Fundação Dom Cabral, 23% das ocupações existentes hoje devem se modificar até 2027.
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O levantamento indica que, ao mesmo tempo que as novidades tecnológicas e a 4.ª revolução industrial vão eliminar empregos, outros serão criados. A expectativa é que sejam criados 69 milhões de novos empregos, enquanto 83 milhões de postos serão eliminados.
É o caso de Fabio da Silva Pampuche, que é graduado em Economia e em Gestão da Qualidade. O conhecimento acadêmico – que inclui especializações em Logística e Supply Chain Management e mestrado em Economia – serviu de base para que ele mergulhasse em uma nova carreira: de planner industrial.
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Pampuche explica que o planner atua na indústria, onde tem o papel de fazer a interface entre todos os setores da empresa a partir da leitura dos dados existentes. “É um profissional que detém muita informação de setores estratégicos do negócio, como a área de vendas e de operações. Ele precisa tomar decisões rápidas e que impactam em outros setores como produção, logística e compras”, explica Pampuche, que atua como gestor administrativo do CT360, um centro de treinamento para qualificar profissionais que querem ingressar nessa área.
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Para atuar como um “planejador industrial”, Pampuche conta que a experiência profissional anterior foi fundamental. “Atuei em áreas de canais de vendas,
distribuição e marketing. Isso me permitiu entender e aprender a dinâmica de vendas que é algo complexo, volátil e totalmente flexível e pude trazer isso para dentro da indústria”, observa, referindo-se a uma área da indústria que vem demandando um maior número de profissionais a cada ano.
Profissões em alta, segundo a lista Empregos em alta em 2023 do LinkedIn
1. Analista de privacidade
2. Especialista em cibersegurança
3. Especialista em captação de vendas
4. Líder de gerentes de produto
5. Representante de desenvolvimento de negócios
6. Engenheiro de cibersegurança
7. Diretor de receita (Chief Revenue Officer)
8. Engenheiro de dados
9. Analista de desenvolvimento de sistemas
10. Pesquisador em UX (experiência do usuário)
11. Designer de conteúdo
12. Engenheiro de qualidade de software
13. Desenvolvedor de Chatbot
14. Analista de marcas
15. Engenheiro de confiabilidade de sites
16. Desenvolvedor Back-End
17. Gerente de crescimento (growth manager)
18. Executivo de contas de grandes contratos
19. Gerente de sustentabilidade
20. Especialista em CX (experiência do cliente)
21. Redator SEO
22. Analista de CS (sucesso do cliente)
23.. Coordenador de segurança da informação
24. Redator com foco em UX (experiência do usuário)
25. Analista de suporte de TI